Palestrante: Msc. Adriana de Oliveira Christoff
Orientadora: Profa. Dra. Roseli Boerngen de Lacerda
As substâncias psicotrópicas alteram o comportamento, humor e a cognição, possuindo propriedades reforçadoras, portanto passíveis de autoadministração podendo, desta forma, levar ao abuso e a dependência. A adição é uma doença crônica e recidivante caracterizada por compulsão de usar e obter a droga; perda do controle em limitar o uso e estado emocional negativo quando o acesso a droga é impedido. Muitos fatores estão relacionados a ineficiência no tratamento da dependência, sendo que a recaída ocorre em 90% dos casos. Isto ocorre por causa do aparecimento do desejo intenso (fissura) pela droga na presença de estímulos relacionados a ela ou na presença de estresse aumentado. Ainda, muitas pessoas com problemas com drogas não procuram serviços médicos especializados ou não participam de programas de prevenção, por se sentirem constrangidos ou porque não consideram seu uso padrão de uso um problema. Ainda, outras barreiras impedem essa procura, como a falta de motivação, opiniões diversas sobre o tratamento, atitude de negligencia, medo de discriminação e da perda de emprego. Por causa desta problemática, hoje se gasta muito mais esforços na prevenção. Muitas estratégias vêm sendo propostas para reduzir o consumo e prevenir a dependência como: proibição total da venda, idade mínima lega para comprar, racionamento, monopólio do estado para vendas, restrição de dia e horário para a venda, regulação da propaganda de álcool, entre outras. Existem evidências científicas de que estas estratégias podem ou não funcionar dependendo da forma de abordagem, dos níveis culturais e da população alvo.
Palestrante: Msc. Amanda Leite Bastos-Pereira
Orientador: Prof. Dr. Aleksander Roberto Zampronio
A febre é há tempos estudada como uma resposta de defesa em situações inflamatórias e/ou infecciosas. Basicamente, ela é iniciada por pirogênios exógenos que, uma vez no organismo, são responsáveis pela ativação de mediadores pirogênicos endógenos periféricos e centrais, que têm como alvo regiões como a Área Pré-Óptica, no Hipotálamo Anterior. Alterações neuronais nessas regiões levam a uma mudança no ponto de regulagem da temperatura corporal. Nosso grupo de pesquisa estuda a febre em mamíferos, utilizando roedores como modelo experimental. A partir de estudos da resposta febril, desvendamos mecanismos fisiopatológicos importantes e podemos avaliar a atividade antipirética de fármacos.
Porém, a definição de febre acima dada vale para animais que possuem um centro termorregulatório. A grande maioria das espécies animais é ectotérmica; esses indivíduos apenas conseguem manipular a sua temperatura corporal através de meios comportamentais, o que inclui a escolha de uma temperatura ambiental apropriada. Animais ectotérmicos não possuem termogênese intrínseca e assim, se movem para lugares mais quentes para modificar a sua temperatura corporal. Desse modo, pode-se dizer que eles possuem uma febre comportamental. Esse fenômeno já tem sido reportado há muito tempo, e estudado em diversas espécies de répteis, anfíbios, peixes e invertebrados, e está associado a um aumento na sobrevivência.
Nesta palestra, iremos comentar a respeito desse fenômeno, bem como mostrar modelos experimentais utilizados para estudar esse comportamento febril em algumas espécies.
Palestrante: Msc. Ana Carolina dos Santos Lourenço
Orientador: Prof. Dr. Anderson Joel Martino Andrade
Desreguladores endócrinos são substâncias químicas que podem interferir com o sistema endócrino e produzir efeitos adversos neurológicos, imunológicos, sobre o desenvolvimento e reprodução tanto em humanos quanto em animais. Uma grande gama de substâncias, naturais ou sintéticas, é conhecida por causar tais efeitos, incluindo medicamentos, pesticidas e plastificantes. Desreguladores endócrinos podem ser encontrados em muitos produtos de uso diário como garrafas plásticas, latas de metal, detergentes, comidas, brinquedos, cosméticos e pesticidas. Muitos estudos têm sido realizados para determinar se a exposição aos desreguladores endócrinos pode resultar em efeitos sobre a saúde humana como redução da fertilidade e aumento na incidência de endometriose e alguns tipos de canceres. Pesquisas tem demonstrado que os desreguladores endócrinos podem gerar maior risco durante o desenvolvimento pré-natal e no início do desenvolvimento pós-natal quando os órgãos e sistemas estão sendo formados. A incidência e/ou prevalência de problemas associados aos desreguladores endócrinos têm aumentado. Diversas observações sugerindo que desreguladores endócrinos contribuem para o câncer, diabetes, obesidade, síndrome metabólica e infertilidade serão listados. Além disso, serão apresentados possíveis mecanismos contribuindo para a desregulação endócrina.
Palestrante: Msc. Anne Karoline Schreiber
Orientadora: Profª. Drª. Joice Maria da Cunha
Benedetti et al.,2013
A dor é uma experiência emocional negativa (em situações normais), sendo modulada por fatores psicológicos, os quais afetam diretamente vias descendentes associadas ao controle inibitório da dor. Fazem parte deste tipo de modulação o sistema opioidérgico e endocanabinóide, envolvidos na analgesia associada ao estresse e placebo. Este trabalho mostra que a experiência dolorosa pode ser alterada de negativa para positiva quando são apresentados reforços ou sugestões verbais, havendo aumento da tolerância à dor pela ativação dos sistemas opióide e endocanabinóide. Quando pacientes saudáveis foram submetidos à dor por isquemia no braço, deveriam suportar a dor pelo maior tempo possível. Um dos grupos foi avisado sobre o efeito aversivo do teste, enquanto o outro grupo foi avisado de que o procedimento seria benéfico aos músculos, ressaltando o benefício da duração da atividade. Foi encontrado que no segundo grupo a tolerância à dor foi maior em relação ao primeiro grupo, e este efeito foi parcialmente bloqueado pela natrexona (antagonista opióide) e pelo rimonabant (antagonista canabinóide) quando usados isoladamente, ao passo que a associação de ambos os antagonistas impediu completamente a tolerância à dor. Assim, uma abordagem positiva a situações ou tratamentos que sejam dolorosos pode ser auxiliar no manejo da dor pela ativação dos sistemas opióide e endocanabinóide, assim como a estimulação farmacológica também possa ser utilizada neste sentido.
Palestrante: Msc. Bruna da Rosa Maggi Sant´Helena
Orientadora: Profª. Drª. Maria Consuelo de Andrade Marques
A sepse severa leva a falência de órgão e está associada com altas taxas de mortalidade. Quando a sepse está acompanhada de insuficiência renal aguda (IRA), a taxa de mortalidade aumenta em 70%. A IRA induzida pela sepse em modelos animais é caracterizada por diminuição da taxa de filtração glomerular e aumento da vasoconstrição renal. Alguns estudos demonstram um comportamento diferente do leito vascular renal em comparação com as respostas sistêmicas da sepse e em comparação com outros leitos. No entanto, os mecanismos envolvidos na IRA induzida pela sepse não está bem claros. Sendo assim o objetivo desta conferencia é demonstrar os efeitos da sepse na IRA e possíveis mecanismos envolvidos.
Palestrante: Msc. Carina Fernanda Mattedi Nones
Orientadora: Profª. Drª. Juliana Geremias Chichorro
A bactéria Clostridium difficile é a causa mais comum de diarreia nosocomial nos países desenvolvidos e desde 1980, a sua incidência, morbidade e mortalidade a nível mundial têm aumentado. Os fatores de risco mais consistentemente associados ao desenvolvimento da doença são a terapia prévia com antibióticos, a idade avançada e o tempo de hospitalização. A doença apresenta sintomas como diarreia leve até colite pseudo-membranosa e megacólon tóxico, com eventual necessidade de colectomia de emergência. A rápida identificação desta infecção é importante para o controle da doença e para prevenir a sua transmissão. O padrão-ouro para o diagnóstico é o teste de citotoxina feito tem amostra de fezes, tendo como limitações o custo e o tempo para a liberação do resultado (48 horas). O teste Elisa é frequentemente empregado devido ao baixo custo e ao fato do resultado sair em 24 horas, porém apresenta menor sensibilidade. Recentemente, foram desenvolvidos testes com Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) com alta sensibilidade e especificidade, porém os mesmos apresentam alto custo, além de necessitarem equipamento e pessoal especializados.
Existem evidências de que a diarreia associada a esta infecção apresenta um odor característico. Considerando que o sistema olfatório dos cães é cerca de 100 vezes mais sensível do que o dos seres humanos, um grupo de pesquisadores holandeses aventaram a possibilidade de treinar cães para reconhecer a presença de C. difficile em amostras de fezes, bem como em pacientes. Os dados deste estudo mostram que o cão da raça beagle foi capaz de detectar com alta especificidade e sensibilidade a presença de C. difficile, mostrando-se como uma valiosa ferramenta de triagem para estas infecções em unidades de saúde.
Palestrante: Msc. Caroline Machado Kopruszinski
Orientadora: Profª. Drª. Juliana Geremias Chichorro
O uso de vitaminas do complexo B individualmente parece contribuir no controle da dor neuropática, inclusive da neuralgia do trigêmeo (KOPRUSZINSKI et al., 2012). Atualmente, apenas o anticonvulsivante carbamazepina (CBZ) é aprovado pela FDA para o tratamento de neuralgia do trigêmeo, mas a sua utilização está associada a numerosos efeitos adversos. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a influência do tratamento com uma combinação de vitaminas do complexo B (VBC), bem como de sua associação com CBZ, na hiperalgesia térmica induzida pela constrição do nervo infraorbital (CION) em ratos, um modelo de dor neuropática trigeminal. Uma única administração subcutânea, no dia 4 após CION do VBC (B1, B6 e B12, em doses de 180, 180 e 18 mg/kg, respectivamente) foi capaz de reduzir a hiperalgesia ao calor até 4 horas após os tratamentos. No entanto, uma administração do VBC, constituído das mesmas vitaminas, porém em doses 10 vezes menores, não modificou a hiperalgesia térmica, mas em associação com uma única administração de CBZ (10 mg/kg, i.p.), reduziu a hiperalgesia por até 3 horas após os tratamentos. O tratamento repetido (durante 5 dias, começando no dia da cirurgia até o dia 4 após a cirurgia), de ratos com VBC em doses mais baixas promoveu uma ligeira redução da hiperalgesia térmica, mas sua associação com CBZ no dia 4 ocasionou a reversão da hiperalgesia calor. Estes dados sugerem que as vitaminas do complexo B podem ser uma alternativa para o controle de alguns aspectos da dor em pacientes que sofrem de neuralgia do trigêmeo.
Palestrante: Msc. Daniele Maria Ferreira
Orientadora: Profª. Drª. Daniela de Almeida Cabrini
Co-orientadora: Drª. Cristiane Hatsuko Baggio
Atualmente, a influência do estresse psicossocial e ambiental na patogênese das doenças gastrointestinais tem ganhado destaque. Sabe-se que existe uma comunicação funcional entre o sistema nervoso central (SNC) e trato gastrointestinal (TGI), sendo que esta é bidirecional e envolve conexões anatômicas como o nervo vago e componentes humorais incluindo o sistema imune e o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA). Durante a colite ulcerativa, uma desordem inflamatória intestinal crônica e de causa desconhecida, os fatores psicológicos podem estar envolvidos na iniciação, perpetuação e recorrência da doença. Inclusive, existem evidências de que o SNC pode amplificar ou modular aspectos da inflamação intestinal induzida por fatores estressores, através de alterações na atividade do sistema nervoso autônomo (SNA), e/ou estimulação do eixo HPA. Desta maneira, o estresse pode afetar diversas funções fisiológicas do trato gastrointestinal, tais como motilidade intestinal, secreção gástrica, sensibilidade visceral e o fluxo sanguíneo na mucosa. No entanto, os efeitos do estresse psicológico tanto agudo quanto crônico sobre o sistema imune e a inflamação são complexos, e dependem da duração e da intensidade do agente estressor. O estresse pode modular a função imune e afetar as células do mesmo, levando à superprodução de citocinas, mudanças na secreção de muco e íons, na microflora intestinal e ao aumento da permeabilidade epitelial deixando o intestino susceptível a invasão de antígenos luminais que podem iniciar ou perpetuar a inflamação. Neste sentido, serão avaliados o impacto do estresse psicológico e psicosocial sobre a colite ulcerativa induzida por DSS (Sulfato Sódico de Dextrana), e também o potencial terapêutico do polissacarídeo ramnogalacturonana sobre os aspectos gerais da doença em animais estressados e não estressados.
Palestrante: Msc. Débora Dalla Vecchia
Orientador: Prof. Dr. Roberto Andreatini
A psicopatia ou transtorno de personalidade antisocial caracteriza-se principalmente por uma propensão à desinibição, comportamento impulsivo somado à insensibilidade emocional e falta de percepção das consequências de seu comportamento sobre outros indivíduos. Alguns estudos indicam que desenvolvimento dessa personalidade tem base genética e hereditária, enquanto outros propõem uma relação direta com dificuldades ou traumas vividos durante a infância. Geralmente o indivíduo começa a manifestar os primeiros sinais desse transtorno na adolescência, por volta dos 15 anos e essas características se mantem por toda a vida adulta. Embora não exista uma causa universalmente aceita de psicopatia, existem padrões biológicos básicos de disfunção cerebral observadas em indivíduos que apresentam tendências psicopatas. Estes indivíduos apresentam comprometimento significativo em regiões específicas do cérebro, especialmente no córtex pré-frontal e na amigdala. Os danos nestas regiões cerebrais, podem resultar em impulsividade, perda do auto-controle, imaturidade, emoções alteradas, e incapacidade para modificar o comportamento, o que pode facilitar atos agressivos. Estudos recentes indicam que além dessas, outras áreas do cérebro de indivíduos psicopatas são anatomicamente diferentes de indivíduos normais e que quanto mais significativas forem essas diferenças, maior o grau de agressividade e insensibilidade emocional. Devido ao avanço da tecnologia, através de técnicas de imagem, essas diferenças estruturais podem ser detectadas ainda na infância ou como ferramenta auxiliadora no diagnóstico desse transtorno em criminosos. Portanto, torna-se cada vez mais interessante para a sociedade estudar a fundo esse distúrbio de personalidade.
Palestrante: Msc. Gonzalo Alexander Gomes Acosta
Orientador: Prof. Dr. Claudio da Cunha
O Transtorno da Personalidade Borderline (TPB) é associado com um importante grau de deterioração psicossocial e uma alta taxa de suicídio (10%). As manifestações mais comuns são ameaças e tentativas de suicídio recorrentes, comportamentos de automutilação e uma alta variabilidade emocional. Embora similares, as condutas de automutilação e as tentativas de suicídio são diferentes, pois as primeiras não têm implicada uma intenção sistemática de suicídio. Mas, qual é a relação entre automutilação e suicídio e qual poderia ser a abordagem terapêutica? Automutilação é referida à alteração ou destruição direta e deliberada do tecido do próprio corpo sem intenção suicida consciente. Este comportamento é comum em TPB sendo os cortes a forma mais frequente, e em menor proporção, contusões, ardor, batimentos na cabeça ou mordimentos. O objetivo destes comportamentos varia desde o alívio dos estados de ânimo negativo, redução da angústia, obtenção de cuidados, atenção de terapeutas ou familiares e expressão de emoções de um jeito simbólico. A taxa de suicídio em TPB é de 5-10%. Esta taxa é 400X maior do que a da população geral. 40 -85% apresentam tentativas de suicídio. Alguns autores identificam automutilação como um fator protetor para novas tentativas de suicídio. Assim, automutilação poder ser definida como uma forma atenuada de suicídio (suicídio focal). Desta forma, a automutilação pode desempenhar o papel de uma conduta anti-suicídio permitindo aos pacientes sair da sua dissociação e sentir que eles estão vivendo novamente. O risco de suicídio não irá aumentar, desde que a auto-mutilação produza o alívio esperado. Contudo, automutilação repetitiva pode incrementar a disforia, o que poderia ser aliviado levando a cabo o suicídio.
A terapia Dialético-Comportamental (DBT) tem se mostrado eficiente em reduzir as taxas de tentativas de suicídio entre pacientes com DBP. Além disso, a farmacoterapia atua auxiliando na redução dos principais sintomas: agressividade, irritabilidade e humor deprimido (ISRS), descontrole comportamental e desregulação afetiva (estabilizadores de humor), ansiedade, hostilidade e psicoticismo (antipsicóticos).
Palestrante: Msc. Haissa Oliveira Brito
Orientadora: Prof. Dr. Aleksander Roberto Zampronio
Substance P (SP) is a neuropeptide presente in peripheral and central nervous system neurons and few data from literature suggest that SP can induce fever. We have previously shown that SP participates in the febrile response induced by lipopolysaccharide (LPS) but not interleukin-1β and macrophage inlammatory protein-1α-induced fever (Reis et al, Brain Research, 1384:161,2011) . In this study we aimed to investigate the participation of SP in the febrile response indued by some importante central mediators that are involved in LPS-induced fever such as endothelin-1 (ET-1), endogenous opioids, prostaglandin (PG) E2 and F2α. Furthermore, we studied the expression of NK1 receptors in the hypothalamic tissue of rats treated with LPS and PGE2 . Male Wistar rats (200g) were implanted with guide cannula n the lateral ventricle and with data loggers for measurement of body temperature (Tb) in the peritoneal cavity one week before the experimente under the same anestesia. Tb (°C) was registered every 15 min. The room temperature was kept at 28°C. All the methods were previously approved by Institutional on the Ethical Use of Animals (protocol #384). Intracerebroventricular (i.c.v.) administration of NK1 receptor antagonista SR14033B (3µg/2µl, a kind gift from Sanofi-Aventis) significantly reduced the fever induced by ET-1 1 pg/2µl,i.c.v.), the µ-opioid agonist morphine (10 µg/2µl), PGE2 (250 ng/2µl,i.c.v.) and PGF2α (500 ng/2µl) by 50%, 40%, 56% and 32% ,respectively. Furthermore, LPS- (50µg/kg,i.p.) na PGE2-(250 ng/2µl,i.c.v.) induced fever. Both febrile responses induced a higher expression,internalization and clusterization of these receptors,which was prevented by the pre-treatment of the animals with NK1 receptor antagonista. The resulst show that central mediators, released during LPS induced fever, such as ET-1 , endogenous opioids, PGE2 and PGF2α release SP that acting on NK1 receptors can induce fever. In addition, we have demonstrated that LPS induced a higher expression of this receptors , as well as clustering and internalization in hypothalamus during LPS and PGE2 induced fever suggesting that SP plays a crucial role as one of the most important central mediators in febrile response.
Palestrante: Inara Fernanda Misiuta Raupp Barcaro
Orientador: Prof. Dr. Roberto Andreatini
Os transtornos de humor apresentam alta recorrência e elevado custo pessoal, social e familiar. Uma característica deste transtorno é a ciclicidade dos episódios. Os transtornos depressivos intercalam episódios depressivos e períodos de eutimia, enquanto que o transtorno bipolar intercala episódios depressivos, maníacos e períodos de eutimia. Apesar das medicações existentes (antidepressivos no episódio depressivo, antipsicóticos atípicos e antimaníacos na mania e estabilizadores do humor para profilaxia), existe uma parcela considerável de pacientes que não respondem satisfatoriamente aos medicamentos disponíveis. Dentre outros sintomas destes transtornos, as alterações de sono e da ritmicidade biológica apresentam um papel de destaque devido à sua possível relação com o início do quadro, bem como sendo possíveis alvos para tratamento farmacológico (p.x. agomelatina) e não-farmacológico (p.ex. fototerapia). Os núcleos supraquiasmáticos (NSQs) formam o principal oscilador do organismo, sendo postulado um papel relevante na fisiopatologia e no tratamento dos transtornos de humor. Entretanto, ainda não estão claras as relações da perda da ritmicidade, alterações dos NSQs e os transtornos do humor. Por exemplo, a lesão dos NSQs, que também está associada à perda da ritmicidade, induz comportamento tipo maníaco (aumento da atividade no teste de natação forçada) em ratos. Entretanto, nestes estudos não houve controle da ritmicidade circadiana. A análise das vocalizações ultrassônicas tem sido empregada na avaliação de situações apetitivas e aversivas, sendo que vocalizações de 22kHz estariam associadas à situações aversivas, enquanto que vocalizações de 50kHz estariam associadas a situações apetitivas. Portanto, o objetivo deste trabalho é investigar as relações da perda da ritmicidade circadiana pela lesão dos NSQs e os comportamentos depressivo e maníaco em modelos animais. Ratos Wistar com lesão dos NSQs serão monitorados quanto à ritmicidade circadiana, atividade motora e níveis de corticosterona e melatonina plasmáticas e avaliados em modelos de avaliação de comportamento depressivo e maníaco (teste de natação forçada modificado, teste de preferência por sacarose e teste do campo aberto, com registro das vocalizações ultrassônicas). Adicionalmente, serão avaliados os níveis de monoaminas no hipocampo, córtex pré-frontal e núcleo accumbens e do Fator Neurotrófico Derivado do Encéfalo (BDNF) e de seu receptor ativado (TRKB fosforilado, pTRKB) no hipocampo. Finalmente, será estudada a sensibilidade das alterações comportamentais observadas pela lesão dos NSQs ao tratamento farmacológico com antidepressivos, estabilizadores do humor ou melatonina.
Palestrante: Msc. João Luiz Coelho Ribas
Orientadora: Profª. Drª. Helena Cristina da Silva de Assis
Medicamentos são considerados atualmente como contaminantes ambientais emergentes, resultado principalmente do descarte incorreto de sobras de medicamentos por parte dos consumidores e serviços de saúde, descarte inapropriado de resíduos industriais utilizados em sua preparação e síntese, e de uma forma não intencional através do banho e das excreções. Essa introdução de produtos farmacêuticos de forma incessante no ambiente, resultado de contribuicões minúsculas combinadas de uma multidão de indivíduos pode conduzir à presença contínua de inúmeros medicamentos no ambiente aquático. Muitos organismos aquáticos e vegetação experimentam essa contínua exposição a múltiplos produtos farmacêuticos, podendo inclusive se estender ao longo de gerações reprodutivas. Os seres humanos por sua vez, também estão expostos a esses produtos, seja a partir da dieta ou pela água. Nesse viés surge a FarmacoEcovigilância que é a ciência e atividade associada à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos de fármacos no meio ambiente. A FarmacoEcovigilância foca numerosos pontos ao longo do ciclo de vida do medicamento, que inclui sua fabricação, prescrição, dispensação e consumo até inúmeros processos e procedimentos que podem ser redesenhados para garantir o ótimo resultado terapêutico com o mínimo de droga a ser usada. Seu principal foco é identificar e reduzir as fontes que contribuem para exposição humana e ecológica. Além de promover uma melhora dos resultados terapêuticos e redução de gastos com a saúde, ao reduzir, minimizar ou eliminar sobras de medicamentos tem-se uma oportunidade bastante significante de melhorar tanto a saúde humana quanto a saúde ambiental.
Palestrante: Msc. Palloma de Almeida Soares Hocayen
Orientadora: Profª. Drª. Maria Fernanda de Paula Werner
Experiências traumáticas durante a infância têm sido estudadas como causas de disfunções cerebrais sustentadas que resultam em alterações nos sistemas biológicos frente a respostas estressoras na vida adulta. Nesse sentido tem sido proposto que o estresse pode desempenhar um papel etiológico nas comorbidades observadas em pacientes que desenvolvem a Síndrome do Intestino Irritável (SII). Além disso, sabe-se que o estresse promove a liberação de corticotrofina e noradrenalina, que irão atuar no eixo HPA e no locus coeruleous, respectivamente, os quais parecem mediar respostas autonômicas, imunes, comportamentais e viscerais, sendo que indivíduos com doenças funcionais gastrointestinais apresentam mudanças na motilidade intestinal e hipersensibilidade visceral. Várias evidências sugerem o envolvimento do sistema endotelinérgico em distúrbios gastrintestinais. O sistema endotelinérgico, representado pelas endotelinas (ET-1, ET-2 e ET-3) e pelos receptores ETA e ETB, são encontrados ao longo de diferentes estruturas do trato gastrintestinal e estão envolvidos tanto no controle da motilidade quanto da hipersensibilidade visceral. A separação materna de animais neonatos resulta em alterações permanentes no sistema nervoso central, promovendo alterações neuroquímicas ao longo do eixo cérebro-intestino, as quais se revelam na vida adulta e mimetizam as comorbidades observadas em humanos com a SII, como hipersensibilidade visceral, aumento da motilidade colônica, alterações na barreira intestinal e microflora intestinal. Assim pretende-se analisar o possível envolvimento das ETs nas alterações da motilidade intestinal e hipersensibilidade visceral em animais adultos submetidos ao estresse pela separação materna neonatal, contribuindo para melhor compreensão acerca dos mecanismos envolvidos e identificação de possíveis alvos terapêuticos relacionados ao tratamento da SII.
Palestrante: Msc. Renata Cristiane dos Reis
Orientadora: Profª. Drª. Juliana Geremias Chichorro
A dor é uma sensação individual e subjetiva, que é susceptível à influência do componente emocional, especialmente em humanos, o que limita sua avaliação em seres que não conseguem expressar a dor através da linguagem falada. Por esta razão, a maioria das metodologias empregadas para o estudo da dor utilizando animais de laboratório limita-se à avaliação de respostas nociceptivas, que não permitem avaliar o componente subjetivo da resposta ao estímulo doloroso. Com o intuito de aproximar a forma de avaliar a dor na pesquisa básica com roedores, da forma como a dor é identificada e mensurada em humanos e, desta forma, tentar contemplar o componente subjetivo da dor no parâmetro avaliado, foi desenvolvido uma metodologia para identificar e mensurar a dor através da observação da expressão facial nesses animais (Langford et al., 2010; Sotocinal et al., 2011). Nesses estudos, os autores observaram a existência de correlação entre as expressões faciais e as respostas nociceptivas frente a diferentes estímulos, demonstrando a validade da metodologia.
Palestrante: Msc. Rita de Cássia Melo Vilhena de Andrade Fonseca da Silva
Orientadores: Profª. Drª. Maria Consuelo Andrade Marques
Prof. Dr. José Eduardo da Silva-Santos
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) está associada ao desenvolvimento de várias doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, além da insuficiência renal. A HAS é considerada uma das maiores causas de mortalidade e morbidade no mundo. Fatores genéticos e estilo de vida estão envolvidos nesta patologia. Hoje em dia a dieta está entre os fatores o que mais contribui para o desenvolvimento da hipertensão. Alguns estudos mostram que o consumo excessivo de sal leva a hipertensão. Mais recentemente o aumento no consumo de alimentos ricos em frutose tem sido incluído como um possível fator de risco. Em nosso trabalho estamos avaliando os possíveis efeitos deletérios, no sistema cardiovascular, em ratos expostos a dieta rica em sódio associada à frutose. A pressão arterial média (PAM) dos ratos expostos à dieta rica em sódio mais a frutose (HS-F) apresentou aumento significativo quando comparada ao controle (CT), (117.6 ± 4.2 mm Hg e 91.6 ± 3.3 mm Hg, respectivamente; p < 0.05). A reatividade vascular da aorta e do leito arterial mesentérico para a vasopressina dos animais high-salt (HS), high-frutose (HF) e HS-F foi reduzida quando comparada ao CT. A vasopressina nas doses de 30 e 100 pmol teve seu efeito vasoconstrictor reduzido em torno de 37 e 62%, respectivamente, no leito arterial mesentérico dos ratos HS-F, quando comparados ao CT. Outro agonista α1-adrenérgico, a fenilefrina também induziu hiporreatividade na resposta do leito arterial mesentérico dos animais HF e HS-F, essa redução foi de aproximadamente 60% quando comparada ao controle. Em anéis de aorta sem endotélio a redução da reativade frente à fenilefrina foi de aproximadamente 40% no grupo H-F, quando comparado ao grupo CT, esse efeito foi totalmente revertido na presence do L-NAME, inibidor da enzima óxido nítrico sintase (100 µM), já os grupos HS e HS-F não apresentaram diferença na reatividade da aorta quando expostos à fenilefrina.
Palestrante: Msc. Shirley Boller
Orientadora: Prof. Dr. Aleksander Roberto Zampronio
STRONG, A.L. et al
No Brasil, o câncer de mama é a principal neoplasia maligna que acomete o sexo feminino, sendo o principal responsável pela mortalidade nesta população. A etiologia do câncer de mama é multifatorial, podendo estar relacionada ao sedentarismo, hábitos alimentares, faixa etária e estrogênio. No entanto, o aumento da incidência de câncer de mama tem sido fortemente associado à obesidade abdominal. A leptina é uma citocina derivada principalmente do adipócito que se encontra elevada na obesidade e tem sido associada com a carcinogênese, aumento da angiogênese e da atividade da aromatase. Estudos recentes apontam que a obesidade induz mudanças significativas nas propriedades biológicas das células tronco adiposas e que estas alterações contribuem para o desenvolvimento da tumorigênese do câncer de mama através da via estrógeno dependente.
Breast Cancer Research, 2013, 15:R102